O clube do CineRokaz recebeu reforço está semana, são mais 3 novos filmes que estão disponíveis para empréstimo aos nossos mensalistas.
E os filmes chegaram no momento certo, afinal a chuvinha de final de ano já chegou e escalar na rocha vai ficar cada vez mais difícil...
ROKAZ NA ROCHA VIAS, CONTATOS DE PRIMEIRO GRAU!
O evento nasceu com o objetivo de ser para os iniciantes o primeiro contato com as pedras, mostrar para a galera que está começando, o real motivo que compensa tantas barras e dedicação dentro da academia, A PEDRA!
E ontem foi o dia em que muitos descobriram como é divertido e prazeroso escalar na pedra, no meio da natureza. Montamos ao todo 12 vias ao longo do dia, dos positivos até os negativos, dos terceiros graus até os sétimos e todo mundo se esbaldou.
E ontem foi o dia em que muitos descobriram como é divertido e prazeroso escalar na pedra, no meio da natureza. Montamos ao todo 12 vias ao longo do dia, dos positivos até os negativos, dos terceiros graus até os sétimos e todo mundo se esbaldou.
O Rokaz na Rocha é um evento mensal e gratuito, participe do próximo!
3 FOTOS PARA MOTIVAR
A Irreal
Fotográfo: Simon Carter
A Vertiginosa
Via: "Maria Cebola" 5º, Dedo de Deus, Teresopolis, Rj.
Foto por Yan Ouriques, escaladora Anne Lages
A Paradisiaca
Via: Arête de Marseille 5C+ (grau francês), Calanques, sul da França.
Fotográfo: Bruno Senna
NOVOS BOULDERS E NOVAS VIAS
Mais de 50 Boulders
Novidade é uma constante na Rokaz, e a última foi a montagem de mais de 50 boulders, que ficaram muito divertidos, bem graduados e plásticos segundo os rokazmaniácos de plantão. A galera curtiu demais e o boulder está bombando, graças ao excelente trabalho dos monitores da Rokaz que se empenharam e em especial ao coordenador dos monitores Jean Ouriques que propôs e implantou a regraduação das cores, valeu equipe Rokaz.
E o que nossa equipe está aprontando agora hein?
Um mutirão de montagem de novas vias, constantemente trocamos as vias da academia, mas resolvemos dar um grau, contamos em média com 55 a 60 vias na Rokaz e nossa equipe no prazo limite de apenas 44 dias vai trocar 44 vias, ou seja 44 vias novinhas para você treinar, escalar, se divertir e aprimorar a técnica.
Rokaz na Rocha, Vias!
Pela primeira fez o Rokaz na Rocha vai mudar completamente de estilo. Domingo dia 26 as 8 horas da matina na porta da Rokaz a galera vai se juntar para ir para o Sitío do Rod.
Vamos montar vários topropes e passar betas o dia todo, a oportunidade perfeita para você que nunca foi na rocha.
O evento é gratuito, mas a entrada no Sitio do Rod fica em R$ 5,00.
Vamos montar vários topropes e passar betas o dia todo, a oportunidade perfeita para você que nunca foi na rocha.
O evento é gratuito, mas a entrada no Sitio do Rod fica em R$ 5,00.
Video do RokazBloc!
Fizemos uma primeira edição mais extensa para a galera curtir mais as escaladas e como ficou muito grande resolvemos separar em duas partes, a primeira com as imagens do festival e a segunda com as finais.
Então aumente o som e aproveite!
Festival:
Finais:
Então aumente o som e aproveite!
Festival:
Finais:
Escalada da Lapa do Seu Antão
Um novo pico de escalada está sendo desenvolvido esses últimos meses em Minas na região de Pedro Leopoldo: a Lapa do Seu Antão. 35 vias entre 8 e 15 metros já foram conquistadas, todas de grande qualidade, num lugar muito agradavel mas situado dentro de uma área particular.
O Felipe Belisario conquistou a maioria das vias (com o Fei, Marcela, Sandro, Carlito...). Ele explica no blog revistag3 as precauções que os escaladores devem tomar para perenizar a escalada no local.
O Felipe Belisario conquistou a maioria das vias (com o Fei, Marcela, Sandro, Carlito...). Ele explica no blog revistag3 as precauções que os escaladores devem tomar para perenizar a escalada no local.
"É com muito cuidado que escrevo este comunicado, pois todos nós sabemos como os Escaladores vêm sofrendo com o fechamento de áreas espetaculares para a prática da escalada esportiva. Logo estamos tentado desde o início manobrar para evitar que a Lapa siga o mesmo caminho.
Se trata de uma área particular, antiga pedreira de calcário. Entramos em contato com o dono para ter autorização para escalar no local. A princípio entravamos com o carro pela porteira, atravessávamos o pasto e parávamos próximo à pedra, logo vimos que isto seria um problema, além do proprietário criar gado e existir a possibilidade, em um descuido, dos animais fugirem, outras pessoas estavam arrombando a porteira para roubar grama do pasto. Com isso começamos a parar antes da porteira e caminhar até a Lapa.
Aos poucos a área começou a ser procurada por mais escaladores, isto não é o problema, porém os proprietários não estão acostumados com o fluxo de pessoas em suas terras e o lugar não comporta uma grande quantidade de escaladores.
O ultimo sábado (11/10) foi o dia em que a lapa recebeu mais visitantes até hoje, tinha por volta de 8 carros parados próximos a porteira, o que assustou um pouco o dono.
Para que os carros não atrapalhem a passagem de outros veículos e até mesmo o rebanho, vamos começar a para-los ainda no asfalto, próximo à pracinha e evitar aglomerações.
A autorização para frequentarmos a lapa ainda não está totalmente definida, por enquanto existe um acordo com o dono para entrarmos em sua propriedade, esperamos que isso continue evoluindo bem e desta forma preservarmos a escalada. Colabore!
Toda ajuda é bem vinda, quem tiver interesse em participar mande um comentário com o contato.
Segue algumas informações casos queira visitar a lapa:
• Evite grandes grupos de escalada até ao local, venha, mas não convide a turma toda do bairro.
• Pare o carro ainda no asfalto, próximo à pracinha.
• Cuidado ao passar pela porteira para não danifica-la.
• Mantenha-se nas trilhas, principalmente na área de escalada, evitando o pisoteio na vegetação.
• Muito cuidado com os animais, peçonhentos ou não.
• Grande maioria das vias ainda estão com o top único com um mosquetão para abandono, evite trancos desnecessários para diminuir o desgaste, aumentar a vida útil deles aumenando a segurança. Logo teremos tops duplos com mosquetões em todas as vias.
• Recolha seu lixo, esparadrapo, o lacre do Gatorade também são lixo.
• As vias são muito recentes, por isso muito cuidado com pedras soltas ou quebradiças.
É como um grande amigo meu diz: “Ainda quero escalar com meu filho aqui!” "
Vídeo do festival da Pedra Rachada
O vídeo que o Jocelyn fez do festival da Pedra Rachada, muito bom, obrigado Jocelyn!!
Festival de boulder Pedra Rachada Sabará Minas Gerais Brasil
Carregado por mamiejoss. - Ver os últimos e melhores videos de esportes.
Festival de boulder Pedra Rachada Sabará Minas Gerais Brasil
Carregado por mamiejoss. - Ver os últimos e melhores videos de esportes.
Video da primeira ascensão do V14
A qualidade do video é medonha, mas devido a importância do fato resolvemos soltar o video.
Além da má qualidade da imagem estão faltando os 3 primeiros movimentos...Mas V14 é V14 né!
Além da má qualidade da imagem estão faltando os 3 primeiros movimentos...Mas V14 é V14 né!
Primeiro V14 de Minas: House in the Sky
O Jon Cardwell acabou de mandar o projeto da Serra da Piedade que ele estava malhando há alguns dias: House in the Sky!!
Ele deu V14 para esse incrível boulder!
Duas fotos do Bruno Senna mostrando Jean Ouriques e Jon Cardwell trabalhando o boulder com o pôr do sol atrás, irado...
Ele deu V14 para esse incrível boulder!
Duas fotos do Bruno Senna mostrando Jean Ouriques e Jon Cardwell trabalhando o boulder com o pôr do sol atrás, irado...
PRIMEIRA REPETIÇÃO MINEIRA DA VIA PLACE OF HAPPINESS NA PEDRA RISCADA
Essa semana na Rokaz tem quatro escaladores tão alegres que eles estão rindo a toa o tempo inteiro, qualquer coisa que acontece agora não importa, eles acabaram de viver uma aventura fantástica e eles estão profundamente felizes...
Essa aventura foi a escalada de uma das vias de paredão mais incríveis do mundo, a via "Place of Happiness", na Pedra Riscada - São José do Divino - MG.
Depois de uma primeira tentativa em Junho, decidimos voltar a tentar essa via não porque nosso orgulho estava ferido, mas porque a via merece, muito provavelmente, o título de via de big wall mais linda do Brasil...
A empreitada foi muito árdua, a estratégia inicial não deu certo, a escalada aconteceu de um jeito totalmente diferente do que tínhamos imaginado, fizemos a maior gambiarra que já arrumei da minha vida num paredão, passamos muito aperto e foi por isso que estamos tão felizes agora. O escalador de paredão, ou o montanhista em geral, é um cara as vezes um pouco esquisito: quanto mais aperto ele passa, mais feliz ele fica depois!
O graal do escalador é seu limite, ele fica a vida inteira procurando, nos boulders, nas vias esportivas ou nos paredões e cada vez que ele consegue superar seu limite, ele atinge o nirvana.
E na Pedra riscada, superamos nossos limites...
Os quatro caras felizes da vida: Alexis, Pedrinho, Kbção e Carlito:
A Pedra Riscada vista de São José do Divino:
A estratégia inicial era sair na sexta a noite de BH, dormir duas ou 3 horas na base da Pedra Riscada, acordar cedo e escalar sábado as 9 ou 10 primeiras enfiadas, descer para dormir no platô que tem na altura da sexta parada e escalar as 8 ou 9 enfiadas do final da via no domingo.
Sabíamos que ia ser muito difícil chegar ao cume domingo a noite e descer até a base do paredão no mesmo dia. Por isso levamos água e comida para três dias.
Na base do paredão, a via de 850m e 18 enfiadas segue a aresta amarela entre sol e sombra:
Para carregar para cima os equipos levamos um grande barril: durante o primeiro dia o Pedrinho e Kbção ficaram por conta de puxar esse monstro de 50 kilos, quando o Alexis e Carlito estavam escalando rápido com pouco peso.
Ao inicio a estratégia deu muito certo, Pedrinho com sua grande experiência de trabalhos em altura conseguiu arrumar um jeito eficiente de puxar o barril com o Kbção, e eu e Carlito estávamos escalando rápido as primeira enfiadas fáceis. Carlito guiou as 4 primeiras enfiadas em 4to e 5to grau, guiei a quinta enfiada em sétimo grau, Carlito guiou a sexta e a sétima enfiada, uma linda fenda de sexto grau protegida com móveis e tudo se complicou quando chegamos a oitava cordada.
Carlito guiando a sétima enfiada:
A oitava cordada sobe uma fenda vertical, graduada em oitavo grau, muito fina e difícil de proteger com móveis. Os conquistadores bateram uma primeira chapeleta a 3 metros da parada, uma segunda a dez metros: entre as duas chapeletas tem que se proteger com micro camalots e nuts - dois tipos de móveis.
Essa enfiada é o primeiro crux da via. Foi nessa enfiada que o Mister Bean caiu em Junho e quebrou o pé: ele vacou no crux da enfiada que fica logo abaixo da segunda chapeleta, as três proteções que ele tinha colocado saíram uma depois da outra e ele caiu até um pequeno plato abaixo da parada, gritando de dor...
Quando dessa vez comecei a escalar essa enfiada lembrava muito bem do Bean caindo, pois fui eu quem estava dando segurança para ele em junho. Eu sabia que era provavelmente o único lance difícil da via e de onde não podia cair de jeito nenhum, as proteções são ruins e se elas estouram o escalador cai num plato 10 metros mais baixo. Mas no mesmo tempo estava bastante confiante pois em junho tinha mandado o lance sem muito problema.
A diferença é que quando mandei o lance em junho eram 8 da manhã, a temperatura estava muito agradável, e quando comecei a escalar sábado passado, era duas da tarde, no sol e estava muito quente.
Depois da primeira chapeleta tive o prazer de achar um micro-nut travado na fenda que os Cariocas tinham deixado um mês atrás quando eles fizeram a primeira repetição da via. Depois do micro-nut coloquei mais 3 micro-camalots, para tentar proteger bem o crux abaixo da chapaleta. Mas eu sabia que essas proteções eram bastante precárias por causa da forma muito estreita e rasa da fenda.
Entrei bem no crux, estava muito perto da chapeleta, escalando de oposição, com a metade da primeira falange dos dedos na fenda fina, quando de repente aconteceu o desastre... Minha mão direita, provavelmente por causa do calor, vazou... Comecei a cair para trás, estava a uns 9 metros acima do Carlito na parada, foi o inicio de uma longa vaca, o primeiro camalot saiu da fenda, comecei a dar um mortal!!
O segundo móvel estourou também sem freiar minha queda, eu vi o ceu girando muito rápido, o terceiro camalot arrebentou do mesmo jeito, o pesadelo continuava, pensava muito forte que não queria machucar, o micro-nut saiu da fenda também sem opor nenhuma resistência, estava caindo, sempre caindo, passei do lado do Carlito igual um foguete, e finalmente cheguei sentado num plato a uns 2 metros abaixo do Carlos, de frente para o vazio!! Um segundo passou, dois segundos, e fiquei em pé, foi um milagre, não machuquei!! Incrível, amorteci a queda de 10 metros com minha bunda!!
A oitava enfiada vista de cima:
Não machuquei mas fiquei bastante chocado... Esperei meia hora e voltei a escalar a mesma enfiada, um pouco abalado, mas com outra estratégia em mente: ia tentar escalar esse crux em artificial. Não queria correr o risco de vacar de novo...
Coloquei uma primeira proteção com um micro-camalot acima da primeira chapeleta, e dessa vez tive a ideia de descer até a chapeleta para testar o micro camalot: sentei na corda, mas segurando com as minhas mãos a costura da chapeleta. Sentei uma primeira vez, o micro camalot segurou meu peso, sentei uma segunda vez com mais vontade, o camalot segurou bem, sentei uma terceira vez fazendo mais força, e o camalot vazou... Nesse momento decidi desistir da empreitada, nenhum paredão vale a pena machucar e ficar parado vários meses...Cheguei a conclusão que para escalar essa enfiada com segurança precisava de um piton ou de uma outra chapeleta.
Eram 3 ou 4 horas da tarde, o cume nunca me pareceu tão longe que nessa hora. O Pedrinho e Kbção estavam chegando no platô que fica a direita da sexta parada onde a gente tinha planejado dormir. Foi nessa hora que o nosso anjo da guarda apareceu uma segunda vez: no platô, bem estreito, onde tinham duas pequenas árvores, aconteceu um segundo milagre: o Pedrinho e o Kbção acharam um galho bastante reto de uns 5 metros de comprimento!!
Na tarde do primeiro dia, no plato do bivaque, o Pedrinho e Kbção que puxaram 50 kilos para cima, desmaiam de cansaço...
O visual no final da tarde:
O nascer do sol no segundo dia:
Depois de uma primeira noite muito boa no platô, comecei de novo a escalar com o Carlito as 7 da manhã a oitava enfiada. Mas dessa vez, com um acessório bastante original, o galho de 5 metros, que eu ia usar de stick-clip !! A uns dois metros acima da primeira chapeleta, coloquei dois micro camalots, sentei neles delicadamente, puxei para cima o "galho-clip" com uma costura (e uma corda) colocada na ponta dele com esparadrapo, e depois de umas 10 tentativas, me esticando no máximo para cima, consegui costurar a segunda chapeleta!! UUHHUU!!! Soltei gritos de alegria!! De repente, a gente estava muito mais perto do cume!
O resto da enfiada é difícil, mas não existe mais risco de cair num platô, ela é bem vertical, subindo a mesma fenda, sempre muito fina.
Depois da oitava enfiada, guiei a nona enfiada. A primeira parte dessa enfiada é uma fenda mais larga, de sétimo grau, a segunda parta é negativa, de nono grau, escalei uma boa parte em artificial.
Escalando a nona enfiada:
Depois de escalar essas duas enfiadas já eram 11 da manhã, estava muito quente, era tarde demais para tentar chegar ao cume nesse segundo dia. O Kbção e Pedrinho falaram para decermos até o plato para descansar e esperar o calor baixar para continuar a escalada.
O Carlito na nona parada:
Por volta das 3 da tarde nesse segundo dia o Kbção e Pedrinho subiram jumareando até a nona parada, o ponto mais alto que tínhamos alcançado. Kbção guiou a décima cordada de oitavo grau, e começou a décima primeira enfiada quando a luz do sol começou a ficar laranja. Essa décima primeira cordada é o segundo crux e a enfiada mais linda da via: 60 metros de nono grau, com vários esticões de 8 a 10 metros!! Foi nessa enfiada que vaquei em junho de mais de 20 metros...
Kbção na décima primeira enfiada:
Nosso "destino" dependia agora do sucesso do Kbção nessa enfiada. Pedrinho estava na seg, eu e carlito estávamos deitados no platô, super atentos a qualquer movimento do Kbção, torcendo muito para ele conseguir chegar ao cume dessa enfiada. Foi uma luta que durou mais de uma hora e meia...
Cada vez que o Kbção chegava a uma chapeleta, ele gritava de alegria, como se cada chapeleta era uma conquista importante. Uma vez, segurando uma pinça muito ruim a 8 ou 9 metros acima da última chapeleta, ele quase vacou. Começou a expirar, estava no limite, e num movimento muito desesperado, ele superou a gravidade e alcançou a penúltima chapeleta da enfiada... Quinze minutos depois, quando ele alcançou a décima primeira parada, o pôr do sol atrás, foi festa na Pedra Riscada! Parabéns Kbção!!!
Na segunda noite no platô começamos a racionar a água. Separamos 8 litros para o terceiro dia, dois litros para o café da manhã, e 6 litros para o resto do dia, para 4 pessoas, era muito pouco...
Acordamos as 4 da manhã, jumareamos de noite as enfiadas que tínhamos subido o dia anterior, e o Kbção começou a guiar as 7 enfiadas que nos separavam do cume. O Pedrinho seguia depois do Kbção, jumareando ou escalando, e depois eu e Carlito formando outra dupla escalamos atrás deles.
Carlito jumareando:
Essas 7 enfiadas são todas lindas, numa aresta vertical que vira positiva no final, quase sempre muito exposta. Escalar a 700 ou 800 metros do chão é sempre um grande prazer para quem não tem medo de altura... Da a impressão de voar, de ter conseguido se livrar da gravidade... Dois maravilhosos e gigantes urubus rei nos acompanharam durante um bom tempo.
A meio dia alcançamos o cume!! É sempre um grande momento de alegria, o escalador fica muito feliz de ter vencido a parte mais difícil da empreitada, mas não pode relaxar porque ele ainda tem que enfrentar a parte mais perigosa da escalada que é a descida a descida.
Conseguimos ser bem eficientes na descida, Kbção e Pedrinho iam na frente, Pedrinho trocava uma chapeleta a cada parada para colocar uma argola e facilitar a descida de rappel.
Nesse terceiro dia, o vento nunca parou e incomodou bastante na descida de rappel...
As 3 da tarde chegamos no platô do bivaque, depois de arrumar nossas coisas continuamos a descida e chegamos ao carro quando começou a escurecer, esfomeados e totalmente desidratados...
Timing perfeito!! Chegou finalmente a hora de relaxar...
ESCALAMOS A PAREDE DOS SONHOS!!
Com certeza a PLACE OF HAPPINESS vai se tornar uma via clássica , ela se equipara aos big walls do Yosemite!!
Valeu Carlito, Kbção e Pedrinho, a parceria foi excelente!!
Essa semana, estamos muito felizes, realizamos um sonho, e mais importante ainda, temos muitos outros para realizar...
Essa aventura foi a escalada de uma das vias de paredão mais incríveis do mundo, a via "Place of Happiness", na Pedra Riscada - São José do Divino - MG.
Depois de uma primeira tentativa em Junho, decidimos voltar a tentar essa via não porque nosso orgulho estava ferido, mas porque a via merece, muito provavelmente, o título de via de big wall mais linda do Brasil...
A empreitada foi muito árdua, a estratégia inicial não deu certo, a escalada aconteceu de um jeito totalmente diferente do que tínhamos imaginado, fizemos a maior gambiarra que já arrumei da minha vida num paredão, passamos muito aperto e foi por isso que estamos tão felizes agora. O escalador de paredão, ou o montanhista em geral, é um cara as vezes um pouco esquisito: quanto mais aperto ele passa, mais feliz ele fica depois!
O graal do escalador é seu limite, ele fica a vida inteira procurando, nos boulders, nas vias esportivas ou nos paredões e cada vez que ele consegue superar seu limite, ele atinge o nirvana.
E na Pedra riscada, superamos nossos limites...
Os quatro caras felizes da vida: Alexis, Pedrinho, Kbção e Carlito:
A Pedra Riscada vista de São José do Divino:
A estratégia inicial era sair na sexta a noite de BH, dormir duas ou 3 horas na base da Pedra Riscada, acordar cedo e escalar sábado as 9 ou 10 primeiras enfiadas, descer para dormir no platô que tem na altura da sexta parada e escalar as 8 ou 9 enfiadas do final da via no domingo.
Sabíamos que ia ser muito difícil chegar ao cume domingo a noite e descer até a base do paredão no mesmo dia. Por isso levamos água e comida para três dias.
Na base do paredão, a via de 850m e 18 enfiadas segue a aresta amarela entre sol e sombra:
Para carregar para cima os equipos levamos um grande barril: durante o primeiro dia o Pedrinho e Kbção ficaram por conta de puxar esse monstro de 50 kilos, quando o Alexis e Carlito estavam escalando rápido com pouco peso.
Ao inicio a estratégia deu muito certo, Pedrinho com sua grande experiência de trabalhos em altura conseguiu arrumar um jeito eficiente de puxar o barril com o Kbção, e eu e Carlito estávamos escalando rápido as primeira enfiadas fáceis. Carlito guiou as 4 primeiras enfiadas em 4to e 5to grau, guiei a quinta enfiada em sétimo grau, Carlito guiou a sexta e a sétima enfiada, uma linda fenda de sexto grau protegida com móveis e tudo se complicou quando chegamos a oitava cordada.
Carlito guiando a sétima enfiada:
A oitava cordada sobe uma fenda vertical, graduada em oitavo grau, muito fina e difícil de proteger com móveis. Os conquistadores bateram uma primeira chapeleta a 3 metros da parada, uma segunda a dez metros: entre as duas chapeletas tem que se proteger com micro camalots e nuts - dois tipos de móveis.
Essa enfiada é o primeiro crux da via. Foi nessa enfiada que o Mister Bean caiu em Junho e quebrou o pé: ele vacou no crux da enfiada que fica logo abaixo da segunda chapeleta, as três proteções que ele tinha colocado saíram uma depois da outra e ele caiu até um pequeno plato abaixo da parada, gritando de dor...
Quando dessa vez comecei a escalar essa enfiada lembrava muito bem do Bean caindo, pois fui eu quem estava dando segurança para ele em junho. Eu sabia que era provavelmente o único lance difícil da via e de onde não podia cair de jeito nenhum, as proteções são ruins e se elas estouram o escalador cai num plato 10 metros mais baixo. Mas no mesmo tempo estava bastante confiante pois em junho tinha mandado o lance sem muito problema.
A diferença é que quando mandei o lance em junho eram 8 da manhã, a temperatura estava muito agradável, e quando comecei a escalar sábado passado, era duas da tarde, no sol e estava muito quente.
Depois da primeira chapeleta tive o prazer de achar um micro-nut travado na fenda que os Cariocas tinham deixado um mês atrás quando eles fizeram a primeira repetição da via. Depois do micro-nut coloquei mais 3 micro-camalots, para tentar proteger bem o crux abaixo da chapaleta. Mas eu sabia que essas proteções eram bastante precárias por causa da forma muito estreita e rasa da fenda.
Entrei bem no crux, estava muito perto da chapeleta, escalando de oposição, com a metade da primeira falange dos dedos na fenda fina, quando de repente aconteceu o desastre... Minha mão direita, provavelmente por causa do calor, vazou... Comecei a cair para trás, estava a uns 9 metros acima do Carlito na parada, foi o inicio de uma longa vaca, o primeiro camalot saiu da fenda, comecei a dar um mortal!!
O segundo móvel estourou também sem freiar minha queda, eu vi o ceu girando muito rápido, o terceiro camalot arrebentou do mesmo jeito, o pesadelo continuava, pensava muito forte que não queria machucar, o micro-nut saiu da fenda também sem opor nenhuma resistência, estava caindo, sempre caindo, passei do lado do Carlito igual um foguete, e finalmente cheguei sentado num plato a uns 2 metros abaixo do Carlos, de frente para o vazio!! Um segundo passou, dois segundos, e fiquei em pé, foi um milagre, não machuquei!! Incrível, amorteci a queda de 10 metros com minha bunda!!
A oitava enfiada vista de cima:
Não machuquei mas fiquei bastante chocado... Esperei meia hora e voltei a escalar a mesma enfiada, um pouco abalado, mas com outra estratégia em mente: ia tentar escalar esse crux em artificial. Não queria correr o risco de vacar de novo...
Coloquei uma primeira proteção com um micro-camalot acima da primeira chapeleta, e dessa vez tive a ideia de descer até a chapeleta para testar o micro camalot: sentei na corda, mas segurando com as minhas mãos a costura da chapeleta. Sentei uma primeira vez, o micro camalot segurou meu peso, sentei uma segunda vez com mais vontade, o camalot segurou bem, sentei uma terceira vez fazendo mais força, e o camalot vazou... Nesse momento decidi desistir da empreitada, nenhum paredão vale a pena machucar e ficar parado vários meses...Cheguei a conclusão que para escalar essa enfiada com segurança precisava de um piton ou de uma outra chapeleta.
Eram 3 ou 4 horas da tarde, o cume nunca me pareceu tão longe que nessa hora. O Pedrinho e Kbção estavam chegando no platô que fica a direita da sexta parada onde a gente tinha planejado dormir. Foi nessa hora que o nosso anjo da guarda apareceu uma segunda vez: no platô, bem estreito, onde tinham duas pequenas árvores, aconteceu um segundo milagre: o Pedrinho e o Kbção acharam um galho bastante reto de uns 5 metros de comprimento!!
Na tarde do primeiro dia, no plato do bivaque, o Pedrinho e Kbção que puxaram 50 kilos para cima, desmaiam de cansaço...
O visual no final da tarde:
O nascer do sol no segundo dia:
Depois de uma primeira noite muito boa no platô, comecei de novo a escalar com o Carlito as 7 da manhã a oitava enfiada. Mas dessa vez, com um acessório bastante original, o galho de 5 metros, que eu ia usar de stick-clip !! A uns dois metros acima da primeira chapeleta, coloquei dois micro camalots, sentei neles delicadamente, puxei para cima o "galho-clip" com uma costura (e uma corda) colocada na ponta dele com esparadrapo, e depois de umas 10 tentativas, me esticando no máximo para cima, consegui costurar a segunda chapeleta!! UUHHUU!!! Soltei gritos de alegria!! De repente, a gente estava muito mais perto do cume!
O resto da enfiada é difícil, mas não existe mais risco de cair num platô, ela é bem vertical, subindo a mesma fenda, sempre muito fina.
Depois da oitava enfiada, guiei a nona enfiada. A primeira parte dessa enfiada é uma fenda mais larga, de sétimo grau, a segunda parta é negativa, de nono grau, escalei uma boa parte em artificial.
Escalando a nona enfiada:
Depois de escalar essas duas enfiadas já eram 11 da manhã, estava muito quente, era tarde demais para tentar chegar ao cume nesse segundo dia. O Kbção e Pedrinho falaram para decermos até o plato para descansar e esperar o calor baixar para continuar a escalada.
O Carlito na nona parada:
Por volta das 3 da tarde nesse segundo dia o Kbção e Pedrinho subiram jumareando até a nona parada, o ponto mais alto que tínhamos alcançado. Kbção guiou a décima cordada de oitavo grau, e começou a décima primeira enfiada quando a luz do sol começou a ficar laranja. Essa décima primeira cordada é o segundo crux e a enfiada mais linda da via: 60 metros de nono grau, com vários esticões de 8 a 10 metros!! Foi nessa enfiada que vaquei em junho de mais de 20 metros...
Kbção na décima primeira enfiada:
Nosso "destino" dependia agora do sucesso do Kbção nessa enfiada. Pedrinho estava na seg, eu e carlito estávamos deitados no platô, super atentos a qualquer movimento do Kbção, torcendo muito para ele conseguir chegar ao cume dessa enfiada. Foi uma luta que durou mais de uma hora e meia...
Cada vez que o Kbção chegava a uma chapeleta, ele gritava de alegria, como se cada chapeleta era uma conquista importante. Uma vez, segurando uma pinça muito ruim a 8 ou 9 metros acima da última chapeleta, ele quase vacou. Começou a expirar, estava no limite, e num movimento muito desesperado, ele superou a gravidade e alcançou a penúltima chapeleta da enfiada... Quinze minutos depois, quando ele alcançou a décima primeira parada, o pôr do sol atrás, foi festa na Pedra Riscada! Parabéns Kbção!!!
Na segunda noite no platô começamos a racionar a água. Separamos 8 litros para o terceiro dia, dois litros para o café da manhã, e 6 litros para o resto do dia, para 4 pessoas, era muito pouco...
Acordamos as 4 da manhã, jumareamos de noite as enfiadas que tínhamos subido o dia anterior, e o Kbção começou a guiar as 7 enfiadas que nos separavam do cume. O Pedrinho seguia depois do Kbção, jumareando ou escalando, e depois eu e Carlito formando outra dupla escalamos atrás deles.
Carlito jumareando:
Essas 7 enfiadas são todas lindas, numa aresta vertical que vira positiva no final, quase sempre muito exposta. Escalar a 700 ou 800 metros do chão é sempre um grande prazer para quem não tem medo de altura... Da a impressão de voar, de ter conseguido se livrar da gravidade... Dois maravilhosos e gigantes urubus rei nos acompanharam durante um bom tempo.
A meio dia alcançamos o cume!! É sempre um grande momento de alegria, o escalador fica muito feliz de ter vencido a parte mais difícil da empreitada, mas não pode relaxar porque ele ainda tem que enfrentar a parte mais perigosa da escalada que é a descida a descida.
Conseguimos ser bem eficientes na descida, Kbção e Pedrinho iam na frente, Pedrinho trocava uma chapeleta a cada parada para colocar uma argola e facilitar a descida de rappel.
Nesse terceiro dia, o vento nunca parou e incomodou bastante na descida de rappel...
As 3 da tarde chegamos no platô do bivaque, depois de arrumar nossas coisas continuamos a descida e chegamos ao carro quando começou a escurecer, esfomeados e totalmente desidratados...
Timing perfeito!! Chegou finalmente a hora de relaxar...
ESCALAMOS A PAREDE DOS SONHOS!!
Com certeza a PLACE OF HAPPINESS vai se tornar uma via clássica , ela se equipara aos big walls do Yosemite!!
Valeu Carlito, Kbção e Pedrinho, a parceria foi excelente!!
Essa semana, estamos muito felizes, realizamos um sonho, e mais importante ainda, temos muitos outros para realizar...
TRAVESSIA PETRÓPOLIS-TERESÓPOLIS.
E nem só de escalada vive o escalador... Neste último feriado alguns ROKAZmaníacos resolveram curtir as montanhas na mais famosa caminhada brasileira, a travessia entre as cidades de Petrópolis e Teresópolis atravessando o Parque Nacional da Serra dos Orgãos.
São cerca de 35km dependendo dos atalhos e de quanto você fica perdido, a estrátegia mais clássica é fazer a caminhada em 3 dias para ter tempo de curtir bastante o visual e as pernas e as costas não reclamarem muito da mochila de 15kg.
A turma: Zeca, Silvia, Renata, Yan, Bruno, César e André.
1º DIA
Este primeiro trecho é normalmente feito entre 5 e 8 horas levando até os Castelos do Açu, que é um lugar espetacular. No primeiro dia o desnivel que se vence é de 1000 metros, subida que não acaba mais e a trilha fica realmente interessante somente após 2 horas de caminhada, recomendo começar a trilha cedo para escapar do sol na "mulera" que nós castigou mesmo sendo inverno.
Resultado, chegamos em cima da hora para assistir o pôr do sol, montamos a barraca rapidamente e corremos para a parte mais alta do Açu para apreciar a vista do sol gigante e vermelho sumindo no mar de nuvens aos nossos pés foi incrível.
2º DIA
No segundo dia você caminha praticamente o mesmo tanto que no primeiro só que alternando subidas e descidas, a caminhada é bem agradável, mas se você encontrar uma neblina densa como a gente encontrou fica fácil fácil se perder por um bom tempo.
O visual do segundo dia é impressionante, mas não vimos nada devido a neblima... o que abalou a motivação da galera, afinal a trilha em si já é muito bonita.
Nesta dia a trilha fica um pouquinho mas técnica, a galera tem que desescalar 6 metros de 2º grau e depois mais adiante mandar um boulder de V5, em nossa turma a galera que não escala passou mais apertado nesse lance do boulder que se chama cavalinho, mas 15 minutos depois você já recebe o prêmio, o cume da pedra do Sino 2275 metros de altitude.
Este dia optamos por pernoitar no refúgio que fica próximo ao cume.
Cume da Pedra do Sino:
3º DIA
Esse é mamão com açucar, é só descida até a portaria do parque, gastamos 3 horinhas e o tempo deu um melhorada animando a moçada e no final da trilha ainda rola um brinde, a trilha suspensa Mozart Catão, que é uma trilha construida na altura da copa das árvores dando um visual bem diferente da mata, mas que os escaladores já estão acostumados né!
A trilha suspensa, a sobremesa:
Então fica a sugestão da ROKAZ, travessia Petrópolis-Teresópolis.
As fotos são do Bruno Vergara. Confira mais fotos do cara no Flickr.
http://www.flickr.com/photos/brunovergara/
São cerca de 35km dependendo dos atalhos e de quanto você fica perdido, a estrátegia mais clássica é fazer a caminhada em 3 dias para ter tempo de curtir bastante o visual e as pernas e as costas não reclamarem muito da mochila de 15kg.
A turma: Zeca, Silvia, Renata, Yan, Bruno, César e André.
1º DIA
Este primeiro trecho é normalmente feito entre 5 e 8 horas levando até os Castelos do Açu, que é um lugar espetacular. No primeiro dia o desnivel que se vence é de 1000 metros, subida que não acaba mais e a trilha fica realmente interessante somente após 2 horas de caminhada, recomendo começar a trilha cedo para escapar do sol na "mulera" que nós castigou mesmo sendo inverno.
Resultado, chegamos em cima da hora para assistir o pôr do sol, montamos a barraca rapidamente e corremos para a parte mais alta do Açu para apreciar a vista do sol gigante e vermelho sumindo no mar de nuvens aos nossos pés foi incrível.
2º DIA
No segundo dia você caminha praticamente o mesmo tanto que no primeiro só que alternando subidas e descidas, a caminhada é bem agradável, mas se você encontrar uma neblina densa como a gente encontrou fica fácil fácil se perder por um bom tempo.
O visual do segundo dia é impressionante, mas não vimos nada devido a neblima... o que abalou a motivação da galera, afinal a trilha em si já é muito bonita.
Nesta dia a trilha fica um pouquinho mas técnica, a galera tem que desescalar 6 metros de 2º grau e depois mais adiante mandar um boulder de V5, em nossa turma a galera que não escala passou mais apertado nesse lance do boulder que se chama cavalinho, mas 15 minutos depois você já recebe o prêmio, o cume da pedra do Sino 2275 metros de altitude.
Este dia optamos por pernoitar no refúgio que fica próximo ao cume.
Cume da Pedra do Sino:
3º DIA
Esse é mamão com açucar, é só descida até a portaria do parque, gastamos 3 horinhas e o tempo deu um melhorada animando a moçada e no final da trilha ainda rola um brinde, a trilha suspensa Mozart Catão, que é uma trilha construida na altura da copa das árvores dando um visual bem diferente da mata, mas que os escaladores já estão acostumados né!
A trilha suspensa, a sobremesa:
Então fica a sugestão da ROKAZ, travessia Petrópolis-Teresópolis.
As fotos são do Bruno Vergara. Confira mais fotos do cara no Flickr.
http://www.flickr.com/photos/brunovergara/
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