Motivação RokazBloc

Ai vai uma bela cadena pra dar aquela motivada para o RokazBloc e pra pedra domingo, quem estiver de pé!

Juan Ouriques fazendo a  repetição mais rápida do velho oeste, ou "chiclete" V12 em menos de 7 de trabalho, começando as 5h20 da matina!

Projeto MontBlanc

Texto por Melquior Saviotti - atleta Ekipe Rokaz

Força, foco, raça, disciplina e motivação foram algumas palavras que me ajudaram no processo de mandar meu 1° v10 mont blanc.

No inicio de 2013  tracei juntamente com toda EkipeRokaz o objetivo de 2013 de boulder, mandar o mont blanc v10 em Ouro Preto. Um boulder muito famoso pelo seus regletes pequenos e cortantes em um negativo bem forte.


Quando entrei no boulder pela primeira vez, tomei um susto e percebi que seria um objetivo hard. Eu mal conseguia me mexer  no boulder.  Mas eu estava muito motivado com o projeto e fui insistentemente ao pico por várias vezes malhar o boulder.
A cada ida ao pico eu melhorava meus pegas. Quando isolei todos os movs, eu fiquei com toda certeza que um dia a cadena iria sair.  
Passei bem perto da cadena algumas vezes, caindo no ultimo movimento do boulder.
Até que em um dia de muita neblina com a vibe dos amigos eu pude mandar o boulder. Saiu no 1° pega do dia, depois de um longo aquecimento. A sensação da cadena sempre é muito boa e não foi diferente desta vez. Mas logo depois de mandar o boulder eu já estava grudado na pedra novamente querendo mais escalda e novos projetos. 





Escolha sua Kriptonita


texto por Jean Ouriques - atleta e técnico EkipeRokaz

   É engraçado quando após muitas vias e boulders escalados através de anos e anos, você percebe que tem alguns que te marcaram de maneira diferente, não somente por um movimento, ou pela beleza da linha, ou pela batalha, nem pelo tempo que gastou ali naquele mesmo pedaço de parede e sim porque aquela linha possui todos os elementos com o qual a escalada fica mais divertida e envolvente...  Engraçado porque você se acha tão impotente logo após a primeira entrada.

“Caraca a próxima costura é lá na casa do *&¨%$¨&...”
“Nossa fazer esses lances sem descanso vai ser osso...”
“Jamais vou pular essa costura!! Sem chance...”
“Mais de 100 movimentos... Ah ta de brincadeira né! Esse número só pra treinar resistência e olhe lá!”
“Acho que nem consigo me lembrar  da via toda...”

   A “ Kriptonita” me trouxe todos esses pensamentos, principalmente na primeira entrada. Quando desci da via pela primeira vez eu tinha praticamente certeza que aquela via não me veria durante um bom período, tipo anos! Isso é o que pensei até acordar no dia seguinte e perceber que não conseguia parar de pensar nela, revendo os movimentos, tentando resolver o crux na minha cabeça. Pronto estava decidido ela seria minha muleta (motivação) para retomar minha escalada após uma grave luxação que tive no punho direito no final de agosto de 2012 e o qual me fez praticamente para de escalar o resto de 2012. O problema que isso aconteceu logo em dezembro época que a escalada fica muito prejudicada pelas chuvas, ou seja minhas entradas foram controladas pelas chuvas, parte boa que deu para trabalhar bem o crux da via, porque esse é em uma parte da parede que não molha. Outro problema que estava retornando a escalar no limite após meses de molho, ou seja meu físico não era nem de perto o que eu gostaria de ter para trabalhar uma via dessa magnitude.


   Após 2 meses indo frequentemente aos finais de semana a serra do cipó esses pensamentos sumiram rapidamente, e só existia aquele que quer se superar para conseguir encadenar a linha, essa linha escolhida não por afinidade de estilo, não por um momento físico técnico perfeito para escalar no seu limite, e sim por uma via que ao ser escalada não permite você parar de pensar em cada um de seus 55 metros e cento e poucos movimentos  até que o momento mais especial da escalada acontece...

Gostou? Então comente e deixe sua palavra de incentivo para o atleta!

Agradecendo a Pedra

Depois do RokazBloc dia 30/11 o próximo evento imperdível será na Pedra Rachada.

Após tanto usufruir, está na hora de retribuir a nossa querida pedra que tanto nos dá alegria.

Os Projetos - o segredo para manter a motivação -

Por Gustavo Veiga - Atleta Ekipe Rokaz

Sempre tive preguiça de ficar tentando uma mesma via meses a fio. Indo sempre para o mesmo pico de escalada, fazendo sempre os mesmos movimentos, repetindo sempre o mesmo padrão. A motivação necessária para esse tipo de esforço é enorme, e quando o projeto está no seu limite físico e mental as coisas podem ficar realmente chatas e desmotivantes. Então esse ano eu resolvi ter um projeto em cada pico de escalada assim não ficaria entediado com a mesma rotina e conseguiria manter o nível de motivação alta, eu não vou mentir, mas foco nunca foi o meu forte. Preparei uma lista de possíveis projetos e cheguei a seguinte relação de vias e picos.


Pico
Serra do Cipó
Sitio do Rod
Lapa do Seu Antão
Pedra Vermelha
Vias
Capitão Hook 10c
Poder Paralelo 10c
Chico Xavier 10c/11a
Incrível Hulk 10b



A idéia era ir cada final de semana para um pico diferente tentar um projeto diferente. Cada uma dessas vias foi escolhida levando em conta sua dificuldade específica. 

A "Capitão Hook" foi escolhida pois tinha um movimento muito longo no início, onde eu demorei mais de 100 tentativas para isolar. A "poder paralelo" entrou para a lista pois tinha um lance de monodedo muito forte no final da via enquanto a "Chico Xavier" foi escolhida pelo boulder de abaulados e extrema tensão corporal no início. Já a "Incrível Hulk" a dificuldade era psicológica, uma via extremamente alta, negativa e amedrontadora.

Mas o ano não rendeu como o esperado, já estamos no final de novembro e eu só encadenei a "Incrível Hulk". A "Capitão Hook" parece ser a próxima a sair e a "Chico Xavier" a que está mais distante. Em contra partida minha motivação para tentar meus projetos se manteve alta, e acredito que ganhei muito na particularidade de cada dessas vias, agora é só ter paciência e deixar rolar.

Sugiro a todos que tentem esta abordagem ao menos uma vez na vida, é uma maneira de se livrar da frustração de sempre cair no mesmo lugar e do tédio da mesma rotina todo final de semana.


O Maldito lance da "Capitão Hook" 10C

Foto: Laura Volponi

Me preparando psicologicamente para o negativão da "Incrível Hulk" 10b

Foto: Camilo Jacob

Sequência do lance do monodedo da via "Poder paralelo" 10c

Foto: Bruno Graciano


Video trabalhando o crux da "Chico Xavier" 11a

Paty mandando V8 em Ouro Preto

Hoje ouvi uma frase muito verdadeira e interessante: "Não importa quantas vezes você bate, o que realmente importa é o quanto você consegue apanhar, pois a maior das surras quem te dá é a vida!" As minhas duas ultimas semanas não foram as melhores. Primeiro porque tinha acabado de voltar de viagem, ai rola aquela típica ressaca pós trip. Depois veio a desmotivação, falta de pressão e vontade até pra pegar nas agarras ou criar um boulder... Tenso, não conseguia treinar de jeito nenhum. E pra fechar com chave de ouro fiquei com ombros e braços travados a ponto de não conseguir vestir um casaco sozinha. Parecia até inferno astral!

Após dois dias de recuperação com muito descanso, gelo, massagem e fisio, acordei renovada. Nesse mesmo dia, fui chamada pra escalar em Ouro Preto, animei na hora. 


Despretensiosamente, resolvi entrar num projeto que estava trabalhando logo como primeiro boulder do dia, o "Conhaque Presidente", V8 de regletes bem pequenos e movimentos de pé precisos, saindo de uma viradinha inclinada. Fui surpreendida e ao mesmo tempo presenteada pelo boulder, já havia trabalhado ele antes, mas esse pega foi diferente. Entrei mais soft, com os movimentos na cabeça. A primeira entrada foi aquela clássica, pra aquecer e pegar o ritmo do boulder, já no segundo pega consegui travar num reglete mínimo, mas esqueci de um pé que foi suficiente pra me derrubar. Respirei, mentalizei e no terceiro do dia pega o boulder encaixou perfeito, os movimentos pareciam estar milimetricamente ensaiados, as mãos aquecidas e a textura ideal. A virada do boulder estava molhada, mas na cadena eu nem pensei duas vezes, peguei num gaston molhado, subi os pés e fui pro topo. O boulder finalmente era meu e dessa vez eu levei essa incrível cadena, meu primeiro V8, pra casa!