O que Levo na Mochila?

Recentemente participei de um concurso de uma grande marca de mochilas americana que queria saber o que eu levava na mochila para um dia de escalada, compartilho com vocês minha resposta e também algumas dicas do que levar ou como arrumar a mochila:

participe do concurso para ganhar uma mochila da Osprey clicando no link mais abaixo

Minha resposta:

Alimento para a alma, um bom livro, alimento e abrigo para o corpo, comida saudável e um prêmio do cume (tipo um doce pós cadena saca, a cenoura lá na frente, rsrsrs), um bom anorak, para quando a natureza não está tão amigável e é claro meus brinquedos favoritos, afinal mesmo no melhor playground uma criança sempre leva seus brinquedos favoritos, e na minha lista sempre conto com minha costura da sorte para o crux, meu bom e velho saco de magnésio, que é claro que ninguém pode encostar a mão para não desenergizar o amuleto, e a sapatilha que sorrir pra mim no dia.



Mas isso é o que dá para ver se você abrir a mochila, e no que você não vê, mas posso lhe contar e garantir que sempre está lá: eu sempre levo um pouco de inocência, para fazer das descobertas uma coisa quase magica, um pouco de ousadia, para ter coragem de ir até onde as descobertas magicas acontecem, minha experiência para me sentir seguro quando precisar ser ousado e meu coração e mente abertos para ganhar a experiência.

Algumas Dicas para um dia de escalada esportiva:

  • comida no topo da mochila para não ser amassada, assim como pequenos gadgets que você possivelmente vai usar algumas vezes ao dia.
  • água por cima ou preferencialmente do lado de fora, para ser fácil o acesso e você não ficar com preguiça de hidratar.
  • se você usa um saco de corda com lona ou você leva a tira colo ou coloca logo abaixo do "topete" da mochila utilizando ele para prende-la na mochila.
  • se você não usa saco de corda uma boa dica é colocar a lona por cima de tudo, assim logo que você abrir a mochila a lona já está lá para você colocar todo resto em cima, agora porque a maioria coloca em baixo de tudo???
  • andar com uma capa de mochila para chuva ou comprar um saco grosso de plastico que vale uns R$2,00, do tamanho interno da mochila para estar sempre a salvo das chuvas inesperadas.

por Yan Ouriques











Eu e a Via Mais Difícil do Mundo

por Yan Ouriques

                                  25 anos da Mais Mítica das Vias


Depois de quase 20 anos de escalada finalmente eu ia entrar na floresta mágica, andar e escalar por onde passaram meus heróis da adolescência.

Frankenjura, essa maravilha singular da natureza, da escalada alemã e patrimônio da escalada e historia mundial tem umas 10 mil vias, e muitos marcos no nosso esporte.

Saindo de Munique, são um par de horas de carro a 180...200 km/h,  em um bela Alfa Romeo esportiva, claro, vermelha, escolha estranha para Alemanha, berço de maquinas incríveis, mas fazer o que, era o que tinha na locadora e veio de um upgrade grátis, rsrsr, como recusar.

Da autoban direto para as estradas de terra de Frankenjura, das centenas de setores eu sabia claramente para onde ir, Action Direct, olhar e sentir a energia da via mais difícil do mundo quando comecei a escalar e que sempre será para toda comunidade a referência de dificuldade, persistência e evolução na escalada.

Depois de tentar muitas infos no caminho com locais que não falavam nada além de alemao, consegui o senhor de uns 93 anos que sabia falar um pouco de francês, ufa. Achamos o caminho.

10 minutos de ansiedade com minha esposa pela floresta e estava lá, linda, isolada, baixinha e claro com costuras. Fiquei uns 40 minutos namorando a via e viajando entre as memorias das historias da escalada e minha imaginação e sozinhos, a via só para nós, não resiste, apesar de não ter grau para a via, nunca ter estado com shape tão ruim resolvi tentar só uns movimentos, tocar na pedra.

Nunca mais vou esquecer, achei que não ia mexer, bote em monodedo? tá louco!!! Senti uma energia tão boa na via que fui escalando,caindo, caindo, caindo e escalando e isolante muito mais que meu melhor sonho criar, não uns movimentos do final, e já estava esgotado de tanta força em monos e bidedos rasos, mas naquele momento me encontrei com a escalada de novo, fazia muito tempo que não treinava para alto desempenho e Gulligh e seu presente regarregou minhas baterias de uma forma quase mistica, e que venham as horas no campus que estou pronto!




Dois momentos durante minha escalada da "Action Direct":





Quem sabe um tinha tenho a força, técnica e energia para clipar non stop a última chapa, sonho distante, mas que nunca esteve tão perto.












Gullich no primeiro bote da via:




Em 1991 o mundo da escalada se dividiu em antes e depois, Wolfgang Gullich, escalador alemão, inventor do "campus board" conhecido muito na europa também como "pan gullich"


Simplesmente o equipamento de treino mais utilizado por subidores de pedra no mundo todo!



conseguia encadenar o que deixando os mimimi de lado (depois conto sobre a via do Hubber que acabou como 9a+ e é da mesma época) entrou para história como o primeiro nono grau francês do nosso planetinha azul de água mais cheio de pedra, thank god!

Palavras do ultra campeão Paxti Zubiaga que conseguiu repetir a via em 2008

"la vía más distinguida y mítica de toda la história de la escalada, la vía que marcó un antes y un después"

A via já teve muitas repetições e tem um lugar separado no Olimpo, todo escalador de elite acaba tentando carimbar o passaporte por lá, e cá entre nós, até hoje não é para qualquer um, a via tem apenas 16 movimentos, divididos entre bidedos, monodedos e muitos botes e dinâmicos.







Gullich acobou ficando amigo de Stallone depois de ser dublê do astro nas cenas de solo de escalada no filme "Risco Total".














Apesar de ascensões impressionantes nada se compara a do fenômeno Alex Megos, o cara mandou em apenas 2 horas!!!! Mas para a maioria dos mortais o mítica "Action Direct" continua sendo um projeto de vida, ou até mesmo de mais de uma.



Essa foto do Gullich na via "separate reality" que nosso querido amigo Alexis da Rokaz repetiu um tempo atrâs, mas essa é outra história...