A historia da Conquista do Brasil


Cristiano(departamento de vendas, Edi e Yan, durante a visita da fábrica.


Fizemos uma entrevista com o Edemilson Padilha, o fundador e atual diretor da Conquista. Leiam a historia muito legal de um escalador, que, aos18 anos, com pouco conhecimento em administração, mas com um forte espírito empreendedor, decidiu criar uma empresa de material de montanhismo a partir de quase nada, e que conseguiu ao longo de 18 anos de trabalho construir uma empresa que hoje é altamente reconhecida no Brasil inteiro pela qualidade dos seus produtos...

Parte da produção responsável pelos acabamentos nos anoraks:



Rokaz: Qual sua trajetória profissional antes da idéia de criação da Conquista?

Ed: Quando iniciei a Conquista estava com 18 anos e minha trajetória profissional não era nada interessante e nem pode ajudar muito na administração de uma empresa. Eu havia trabalhado por 2 anos no armazém de meu pai e depois por mais 2 anos e meio de menor auxiliar no Banco do Brasil. Estudava Eletrônica no Cefet nesta época e depois Física, na Federal.

Rokaz: Li sobre a história de que tudo começou com o desejo de ter recursos para ir acampar no final de semana, mas como foi o planejamento até se tornar uma empresa legalmente constituída?

Ed: Não teve planejamento, tudo foi acontecendo naturalmente. Em um ano já tínhamos a empresa registrada, pois necessitávamos comprar tecidos de SP. Nós começamos produzindo sob encomenda algumas mochilas para os amigos, mas pouco tempo depois, uma loja nos contatou porque queria revender nossos produtos. Eles fizeram um pedido e foi aí que tudo se desencadeou. Nosso sucesso inicial se deveu ao fato de termos um produto atraente.


Rokaz: Quais as principais dificuldades de inicio? E quais as soluções?

Ed: Tudo era difícil no início, devido à nossa falta de experiência em administração. Porque dominávamos bem somente as áreas de Desenvolvimento de Produtos (pois éramos montanhistas) e Financeira (pois minha formação fez com que fosse bom de matemática). A Produção também conseguíamos gerenciar bem. Mas não sabíamos nada de Marketing e nem de Gestão de Pessoas, e isto era um desastre, porque tomávamos decisões que eram muito prejudiciais ao negócio. Mas, aos poucos fomos adquirindo experiência e conhecimento por meio de cursos, principalmente os do Sebrae. Claro que a experiência teve um custo elevado, pois aprendemos com nossos erros e isto sempre gera prejuízos para um empreendimento.

Rokaz: Qual a estratégia para entrar no mercado principalmente e manter-se?

Ed: Desde o princípio o nosso foco foi sempre o de ser reconhecidos como uma empresa Confiável. Para isso focamos sempre em oferecer produtos que realmente funcionam, que não tem somente um apelo no montanhismo, mas que podem ser usados em condições extremas. Desta maneira, conseguimos construir uma marca forte dentro do mercado de produtos para esportes de aventura. Claro que não produzimos somente artigos técnicos para montanhismo, fazemos também produtos para o público simpatizante, mas mantemos alguns produtos que reforçam esta identidade da marca.

Rokaz: Quais foram as parcerias com quem pode contar durante esses anos?

Ed: No início contei muito com o apoio da família que me deu o suporte necessário nos primeiros anos de erros e acertos. Depois, tivemos parcerias com lojas que se comprometeram com a marca e passaram a vender cada vez mais os nossos produtos. Também tivemos a parceria do Sebrae para cursos e treinamentos. Lembro-me que um dos melhores cursos que fiz até hoje foi o Empretec, do Sebrae. É um curso que questiona os valores do empreendedor, pois são os nossos valores que influenciam nos rumos de um negócio. Participamos também do Progex (Programa de Apoio à Exportação), por meio do qual recebemos assessoria para implantar um Sistema de Gestão da Qualidade, que foi a base para obtermos a Cerificação Iso 9001:2000. Hoje fazemos parte do Peiex (Projeto Extensão Industrial Exportadora), visando profissionalizar mais a empresa para exportação.

Rokaz: Quais as perspectivas para o futuro?

Ed: Nossos esforços agora estão voltados para evoluir no sentido de igualar-se às marcas de produtos importados, que estão muitos anos à nossa frente em relação a design e tecnologia dos insumos usados nos produtos. Porque hoje para se manter num mercado globalizado é necessário usar as mesmas armas dos concorrentes. Então, estamos trabalhando para profissionalizar cada vez mais a Conquista, buscando novas matérias primas, novas maneiras de produzir e novas formas apresentar os produtos para os clientes.

Rokaz: Como você vê o segmento de mercado no qual está inserido?

Ed: Nosso mercado (de esportes de aventura) teve um pico de crescimento em 2001 e depois disso se estabilizou. Nos últimos anos voltou a crescer, porém num ritmo mais controlado. Porém este crescimento é real, porque em 2001 foi uma "bolha", muita gente entrou neste mercado pensando que iria ganhar muito dinheiro e foi uma ilusão. Então, o cenário atual é que há lojas que estão se estabelecendo cada vez mais, mas não há novas lojas. Nosso trabalho é o de aumentar a participação nas lojas, ou seja, que elas vendam mais produtos de nossa marca. Atualmente também estamos trabalhando com mais dois segmentos de mercado. Um deles é o de vendas corporativas, no qual desenvolvemos produtos com a marca de outras empresas que não são do nosso ramo, como por exemplo: Yokohama, Fedex, Itambé. O outro é o de Trabalho em Altura, para o qual estamos desenvolvendo uma linha de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como cintos de segurança para trabalho em altura e demais acessórios.


Rokaz: O que você considera o diferencial dos seus produtos?

O diferencial de nossos produtos é a funcionalidade, eles foram feitos por quem pratica mesmo o montanhismo. Nossa missão é: "Proporcionar a nossos cliente o Poder da Aventura!". Então, sempre que alguém adquire um produto nosso sabe que ele foi testado e que vai funcionar e que vai durar muito tempo, pois a qualidade faz parte desta funcionalidade também.

Rokaz: Qual o porte da empresa, estrutura, funcionários?

Ed: A Conquista é uma empresa de pequeno porte. Contamos com 45 funcionários internamente. Temos produção interna e externa, totalizando umas 80 pessoas que trabalham para a Conquista. A produção externa (mochilas e roupas) é feita por meio de Células de Produção, que recebem por peça fabricada. São prestadores de serviço (facções). Na parte de gerenciamento da empresa contamos com: Edemilson (Adm. Geral, Desenvolvimento de Produtos e MKT), Gerente de Vendas, Gerente de Produção, Gerente de Gestão de Pessoas e Financeiro. Então, além de mim, são mais 3 pessoas chave, que têm total autonomia para tomadas de decisão.

Mais algumas informações:

Atualmente nos destacamos no mercado também pelo respeito que temos com nossos clientes e pelo bom atendimento aos lojistas. Não vendemos diretamente para o consumidor final, somente para lojas que revendem os produtos ao consumidor. Fabricamos em torno de 2500 peças/mês.





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