Thais Makino é uma das melhores escaladoras brasileiras da atualidade. Em sua primeira participação no Rokazbloc, já conquistou o lugar mais alto do pódio. A atleta concedeu esta entrevista exclusiva para o Rokazblog, onde falou sobre sua carreira e a participação no evento.
Setor Bas Cuvier, em Fontainebleau (França) em julho/2011 |
Comecei a escalar com 9-10 anos de idade na academia 90 Graus em São Paulo junto com meus pais e minha irmã. Aos 11 anos, passei a participar de competições e desde então nunca mais parei.
Durante quase três anos tive a oportunidade de treinar com o Rômulo Bertuzzi , só parando com a chegada do vestibular.
Ganhei minha primeira etapa do Campeonato Brasileiro com 15 anos, fui Campeã Brasileira em 2010, e em julho de 2011 participei do meu primeiro Campeonato Mundial (em Arco - Itália) que foi a melhor experiência que tive em competições até hoje.
Agora no meio do ano me formei em Artes Visuais e estou estudando um pouco mais de Fotografia. Simultaneamente estou treinando, procurando patrocínio e já pensando nos futuros campeonatos, principalmente os que acontecerão fora do país (como as etapas da Copa do Mundo de Boulder e o Campeonato Mundial), porque ao participar deles poderei me acostumar mais ao estilo europeu de competição e quem sabe melhorar meu desempenho.
Boulder Astro, V8, em Sâo Bento do Sapucaí (SP), 2011. |
A conquista do 1º lugar no Rokazbloc ajudou-me a ver o resultado da minha evolução, a provar para mim mesma que os treinos dão resultado e que este caminho que estou seguindo está certo até agora. É uma indicação e uma motivação para eu continuar escalando e treinando. Fora isso, é muito bom não apenas vencer, mas participar de um evento tão elogiado como esse. Era a 4ª edição da competição e a primeira vez que eu fui fazer boulder na Rokaz.
2) Qual foi, ou foram, os momentos mais difíceis do Rokazbloc para você?
Foi difícil durante o Festival estabelecer um limite entre pontuar e não ficar cansada demais para a fase Final, principalmente pela variedade de níveis de boulders que havia no evento. Já na Final o esquema diferente que faz todos os competidores escalarem juntos também é difícil de levar. Talvez eu tenha participado de um ou dois campeonatos que foram parecidos, mas meu forte nunca foi este formato. Pensei que este seria mais um motivo para eu participar do Rokazbloc, pois era uma oportunidade de eu treinar este aspecto.
3) Você realiza algum tipo de treinamento? De que forma isso contribuiu para a conquista deste resultado?
Até o Campeonato Mundial, em julho deste ano, segui um treinamento forte para conseguir recuperar tudo o que eu perdi durante os dois meses em que fiquei parada por causa do meu cotovelo machucado (em uma queda de boulder no fim de 2010). Mas desde que voltei de viagem não treinei com planilhas, o que eu compenso escalando quase todos os dias da semana. Tanto um tipo de treino como o outro ajudam na conquista de resultados em geral, porque melhoram a força, a resistência, o repertório de movimentos (que ajuda na leitura de boulders) e também a parte psicológica, porque pelo menos eu fico mais confiante quando estou escalando com mais frequência.
Por trás disso tudo há ainda o treinamento que tive entre os 13 e os 16 anos com o Rômulo Bertuzzi (que também treinou o Cesar Grosso e o André "Belê"), foi nesta época que tive orientações muito valiosas que estão comigo até hoje.
Durante o Campeonato Mundial em Arco (Itália) também em julho/2011 |
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